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    segunda-feira, abril 23, 2007
    A Luz da Índia
    As Grandes Tradições Filosóficas Hindus
    Penetrando no Pensamento Hindu
    A Índia exerce há muito um grande fascínio no Ocidente. Um dos aspectos principais dessa cultura milenar, que vem interessando e motivando as mentes deste lado do mundo, tem sido a sua brilhante, complexa e profunda herança filosófica. Platão, Schopenhauer, Hartman, Hegel, Nietzsche ou Schelling, entre muitos outros, sentiram-se atraídos, estimulados e inspirados por essa luz. Mas afinal, a que nos referimos exactamente quando falamos de filosofia hindu? É um corpo filosófico único, ou integra diversas escolas de pensamento? É a expressão de uma religião, ou uma filosofia por direito próprio?
    Brahmavidya 1 é o termo mais correcto para aludirmos ao conjunto orgânico e integrado das escolas de filosofia hindu que aqui pretendemos expor. O termo significa, literalmente, sabedoria (Vidya) de Brahman, remetendo portanto para o conhecimento verdadeiro acerca da Manifestação Universal. A Índia viu nascer seis grandes escolas de filosofia, as quais podem ser agrupadas sob este nome – Brahmavidya – por todas elas serem tentativas complementares de compreender e explorar a realidade, segundo alguns pressupostos fundamentais ao pensamento hindu. Aqueles que estão familiarizados com o pensamento teosófico facilmente reconhecerão, nas várias tradições filosóficas hindus, ideias, termos e reflexões a que já se habituaram. Talvez o grande mérito de um estudo detalhado e separado de cada uma das filosofias seja permitir ao estudante compreender mais profundamente a subtileza sugestiva de algumas distinções entre termos aparentemente sinónimos.
    As seis escolas ou Darsanas podem ser dividas em dois grandes grupos, o primeiro incluindo os sistemas Sankya, Yoga e Vedanta, que são denominados sistemas maiores ou Purushicos, e o segundo contendo os sistemas Vaisesika, Nyaya e Purva Mimansa, que recebem a classificação de sistemas menores ou Prakríticos. Salvaguardando a ideia de que todos estes sistemas apresentam uma subtileza filosófica e espiritual elevada, esta distinção em dois grupos assenta no facto de os primeiros se focarem mais no aspecto Purusha (espírito) e os segundos no aspecto Prakriti (matéria). Será útil lembrar que Purusha e Prakriti são dois aspectos inseparáveis da realidade, duas faces da grande tela Svabhavática (substância cósmica primordial prévia a qualquer diferenciação fenomenal) de que é composto todo o universo, razão pela qual a associação de Prakriti à matéria como a concebemos comummente (isto é, a matéria física) não tem lugar. Assim, como já afirmámos, estes sistemas não são antagónicos ou concorrentes: são pontos de vista diferentes sobre a mesma realidade. Convém clarificar esta ideia, devido ao relativismo imperante na nossa cultura, e que não é o que aqui está em causa. Ao falar em pontos de vista, não nos referimos a opiniões mais ou menos esclarecidas, e não nos referimos certamente à noção de que tudo seria relativo ao observador não sendo portanto possível alcançar qualquer objectividade (ou Verdade). A ideia envolvida é, antes, a da tão conhecida metáfora da Verdade / Realidade como um diamante de várias faces. Cada sistema exploraria uma dessas faces mas, não obstante, cada visão, cada investigação é objectiva, é fundamentada e passível de ser compreendida por qualquer uma das outras, porque delas é complementar. Aliás, todas elas partem do mesmo ponto, a leitura dos Vedas, para seguirem diversas vias de investigação sugeridas pelos vários patamares de compreensão que esta magnificente obra possibilita (como aliás qualquer outra Escritura Sagrada o faz).
    Como dissemos, na base de todas estas escolas podemos encontrar certos pressupostos ou fundamentos tidos como indiscutíveis para a mente hindu (e, arriscamos, para qualquer pensador que se lance numa inquirição filosófica séria e empenhada sobre a realidade última). Não é aqui possível traçar todo o percurso lógico de fundamentação de cada uma das premissas 2 mas procuraremos traçar um fio condutor entre elas. A reflexão parte da constatação de que o universo fenomenal é inconstante, impermanente, mutável e perecível. Definindo como Real aquilo que existe com permanência e constância, podemos classificar de Irreal o universo fenomenal que experienciamos. No entanto, se o mundo fenomenal em si não tem realidade, é preciso que haja ALGO que possa ser o seu substrato, o fundamento real. Esse Algo tem de ser Eterno pois, para a mente hindu, não existe tal coisa como criação ou dissolução a partir do nada ou para o nada. Tem também de ser uno, ou não existiria continuidade e ordem no mundo fenomenal. Da sua unidade e eternidade deriva a sua infinitude, imutabilidade e indivisibilidade (pois se algo houvesse de exterior que o pudesse delimitar, modificar ou dividir, o fundamento real do mundo fenomenal não seria uno mas múltiplo, com as consequências já apontadas. Assim, Isso que É, é Absolutamente, nada o condicionando ou relativizando porque tudo corresponde a Isso, nele encontrando fundamento e subsistência. ISSO é TAT, o ponto zero de toda a existência e de toda a reflexão. Zero porque não existe nem pode ser compreendido, pois existência e compreensão implicam tudo aquilo que TAT não pode ter: relatividade 3.
    Estabelecida a Realidade Única de TAT e a Irrealidade do mundo fenomenal, a reflexão debruça-se agora sobre os princípios que regem a vida no universo manifestado e que se resumem nas duas leis fundamentais: da Periodicidade, e da Causa e Efeito. Da primeira, deriva a ideia da Imortalidade do Espírito 4 (e consequentemente da Reencarnação da Alma, que é a involução de Purusha em Prakriti) e, da segunda, a noção verdadeira de Karma.
    Estes são pois os princípios comuns a partir dos quais as seis escolas derivam as suas investigações e explicações. Cada um dos sistemas tem uma história perdida no tempo que é hoje (quase) impossível recuperar mas podemos aceder aos seus ensinamentos a partir de duas fontes, os aforismos (sutras) deixados pelo instrutor fundador da escola, e os comentários a esses sutras, realizados por uma ou algumas autoridades filosóficas e históricas da escola. Iniciaremos a nossa digressão pelos denominados sistemas purúshicos, passando depois às escolas prakríticas.
    Sankia – Compreendendo a Diversidade

    A Escola Sankia foi fundada por Kapila, e o seu nome significa “enumeração correcta ou classificação perfeita”. Esta classificação perfeita refere-se a uma análise e explanação cuidadosas do processo através do qual Prakriti, pelo contacto de Purusha, se desenvolve no universo fenomenal, isto é, pretende-se descrever pormenorizadamente os graus sucessivos de diferenciação no processo de manifestação cosmológica. Para realizar esta tarefa, socorre-se de três princípios gerais e basilares: o dualismo Purusha-Prakriti, a qualificação de Prakriti em três Gunas, e o desdobramento desta em vinte e três Tatwas.
    É necessário começar por entender primeiro a distinção Sankia entre os dois membros da díade. Purusha, como sabemos, é o aspecto espiritual e subjectivo da existência, e Prakriti, complementarmente, é o aspecto objectivo, a substância ou energia primordial. O que distingue a concepção Sânkia de outras é o facto de entenderem e descreverem Purusha como um conjunto de inumeráveis átomos ou mónadas espirituais, sem contemplar a ideia de um Purusha Universal ou Ishwara. Estas mónadas ou Purushas não são sujeitas a atributos ou qualidades, e não podem ser afectadas no seu estado puro de bem-aventurança, tal só acontecendo quando se mesclam com Prakriti, a matéria primordial una e contínua. É portanto a incorporação de Purushas em Prakriti que produz centros de actividade que se designam por átomos materiais mas que, na verdade, não advêm de Prakriti porquanto esta é indivisível, e, sim, da influência das mónadas.
    Importa sublinhar que ambos os aspectos, Purusha e Prakriti, são emanações de TAT com igual grau de realidade, não se entendendo um como ontologicamente superior ao outro. Como emanações relativas que são (a partir do Absoluto), são finitos e destinados a desaparecer no final do ciclo de manifestação. Da acção e reacção entre ambos são criadas todas as formas, todas as sombras do grande teatro cósmico. Assim, também a Alma não é mais do que a combinação de Purusha e Prakriti, estando portanto sujeita às leis do Samsara, isto é, à periodicidade ou reencarnação, e ao karma ou causalidade. Todo o esforço Purúshico reside na sua libertação ou separação de Prakriti, quebrando a ilusão mayávica em que se enredou no início da manifestação, quando com a energia universal se mesclou. Maya, a ilusão da separatividade, é entendida pelo hinduísmo como avidya, ignorância – e, se nos lembrarmos de Platão e do seu entendimento da maldade como simples ignorância, teremos uma boa linha de meditação. No entanto, a reflexão sobre a relação entre Maya e a manifestação diverge subtil mas sugestivamente nos diferentes sistemas. Teremos oportunidade de o observar melhor quando analisarmos a Vedanta. Agora, apenas importa conservar na memória que, na Filosofia Sankia, Maya é o resultado da manifestação, é consequência da emanação dual a partir de TAT.
    Prakriti é descrita como possuindo três qualidades fundamentais, as três Gunas: Satva (verdade ou harmonia), Rajas (paixão ou actividade) e Tamas (indiferença ou inércia). Presentes em iguais proporções (isto é, equilibradas) no início da manifestação, estas qualidades surgem em diferentes proporções em cada uma das formas existentes no universo, sendo que essa variedade de formas, e a mudança a que estão sujeitas, são, em grande parte, devidas a essa desproporcionalidade: em cada uma das formas, uma ou duas Gunas predominam, emprestando à forma um carácter específico. Aliás, a distinção entre 23 Tatwas ilustra essa mesma ideia: são vinte e três princípios, que podem ser entendidos como classes ontológicas de existências fenoménicas – seis grandes grupos aos quais se podem reduzir todas as possibilidades de existência de formas no universo em manifestação. Estes princípios derivam de Prakriti, sob a energização dos Purushas, através das operações das três Gunas. Temos assim Mahat ou Buddhi (a mente universal), Ahamkara (consciência individual de separatividade), os cinco órgãos dos sentidos, os cinco órgãos da acção, manas e os cinco elementos.
    Ioga – a Disciplina da Libertação
    A Escola Ioga foi fundada (ou, pelo menos, sintetizada) por Patanjali que, aceitando a filosofia geral do sistema Sankia, veio propor um método de desenvolvimento da consciência (física, emocional, mental e superior). O seu nome significa contemplação, concentração e conjunção, pretendendo apontar para esse movimento em direcção à união do humano com o divino (simbolizado na ponte entre o mental superior e o mental inferior tradicionalmente referenciado como antahkarana).
    Como afirmámos, o sistema de Patanjali aceita em boa parte a concepção cosmogónica do sistema Sankia, nomeadamente a doutrina da dualidade Purusha-Prakriti e dos Tattwas. No entanto, ao contrário daquela escola, postula um Purusha universal, um Iswara: “infinito, sem forma, omnisciente, livre de todo o desejo, recompensa, dor ou actividade”5. Teoriza ainda a diferenciação dos órgãos dos sentidos, de Manas e, até, de Buddhi, a partir de Chitta, a substância mental. A ideia defendida é a de que a actividade mental seria o resultado de vórtices na Chitta, sendo o objectivo principal do Iogue restringir esses vórtices.
    Sobre este assunto, algumas palavras são necessárias para que não se confunda tão sublime objectivo com um qualquer nihilismo “estupidificante”. A ideia não é eliminar ou aniquilar a actividade e a substância mental, antes ter sobre ela controlo, aproveitá-la para a construção da sublime ponte entre o inferior e o superior. Assim, cremos ser uma boa sugestão de reflexão a comparação entre o trabalho do Iogue sobre a substância mental e o trabalho alquímico. Aliás, como nessa tradição, a Ioga indica passos de um caminho a ser percorrido, os célebres oito passos da Ioga: domínio de si mesmo, dever religioso, posturas, poder de dirigir o prana, poder de governar os sentidos, domínio da mente, meditação, contemplação transcendental ou êxtase. Vale a pena sublinhar a dificuldade da travessia (atente-se no primeiro dos passos e na verdadeira dimensão da sua exigência), e o facto de Patanjali ter advertido para que ao longo do percurso poderiam ser desenvolvidos alguns poderes mentais mas que estes, mais do que um benefício, traziam provas e dificuldades acrescidas ao praticante. Todos aqueles que actualmente embarcam na moda louca do desenvolvimento inconsciente e irresponsável de supostos poderes ocultos deveriam meditar sobre uma advertência tão séria.
    Vedanta – O Triunfo do Idealismo

    O terceiro dos sistemas maiores é aquele que, ao longo da história, se tem apresentado como mais fascinante e apelativo, não só para nós ocidentais como também para os próprios hindus. A Vedanta tem como grande riqueza a sua universalidade, permitindo que diversas ideias e doutrinas possam coexistir pacificamente no seu interior, surgindo assim como um sistema filosófico unificador e sintetizador, sem, no entanto, diluir aspectos diferenciais. A sua fundação é algo controversa, sendo apontado como seu pioneiro Vyasa, embora isto por si só não informe muito, visto este ser o nome de uma extensa linhagem de instrutores. É conhecida na Índia como Uttara Mimansa, que significa investigação subsequente ou posterior, opondo-se a Purva Mimansa, investigação anterior, um dos sistemas prakríticos de que falaremos mais tarde. Esta distinção, em anterior ou posterior, pode ser uma mera referência cronológica mas muitos pensam referir-se antes à ênfase que cada uma das escolas coloca em diferentes partes dos Vedas, a primeira mais ritualística, e a segunda, baseada nos Upanishades, mais simbólica e esotérica.
    O princípio filosófico supremo e basilar da Vedanta é o idealismo radical, sustentador da realidade única do Uno e da ilusão de tudo o que para lá dele se concebe como existente: a fragmentação ou separação do Uno, ou TAT em partes é, assim, a grande mentira cósmica. Tentemos, no pouco espaço que temos, compreender o sentido do Idealismo Vedantino, que se resume nestas duas frases: “se no princípio não houve senão Um, no fim também haverá um só, chamemo-lo Brahman ou Atman” e “Brahman é verdadeiro, o mundo é falso, Atman é Brahman e nada mais” 6. As teorias da manifestação são substituídas pela ideia de reflexão ou aparência, não havendo nunca verdadeira conversão de TAT num universo fenomenal. Entende-se que tudo o que está fora e aparte do Uno são apenas Ideais, incluindo os dois princípios fundamentais, Purusha e Prakriti, somente existentes na mente do Uno 7. E o ego individual só pode ser entendido como igual ao ego do uno, indiviso e inteiro, um e o mesmo.
    Põe-se então a questão sobre o estatuto ontológico do universo: se não pode porvir do nada, nem sequer constituir-se como uma mudança em Brahman, o que é então? Três correntes apresentam três respostas diferentes, embora, em nosso entender, só uma delas seja verdadeiramente consistente com o princípio filosófico primeiro da Vedanta. A corrente Vishistadvaita admite que Brahman possa conter em si elementos de pluralidade. A corrente Dvaíta contorna a questão postulando Vishnu como causa eficiente do universo e Prakriti como causa material, e assumindo que ambos coexistem separadamente em Brahman, assim como as inumeráveis jivatmans ou almas individuais.
    Finalmente, a corrente Advaíta, baseada nos comentários de Shankaracharya, fiel ao absoluto monismo e portanto ao absoluto idealismo, reitera a verdade de Brahman, a falsidade do mundo, e a identidade entre o Eu e Brahman. O Universo é aqui concebido como pura ficção de Brahman que, enredado por Maya, se imagina dividido em espíritos individuais, num universo por ele erigido em fantasia. Ao contrário da filosofia Sankia, esta corrente não concebe uma identidade entre Maya e Avydia, entre a ilusão e a ignorância, mas confere à primeira um estatuto ontológico próprio, como possibilidade latente em Brahman que se converte em causa material do mundo. Assim, Maya não existe por existir um universo mas, ao contrário, o Universo fenomenal existe porque Maya o possibilita.
    Como última nota sobre a Vedanta, devemos frisar que, para efeitos práticos, a vida aparente não é considerada como um nada mas como real e valorosa. A este propósito lembramos os comentários de Helena Blavatsky que, na Doutrina Secreta, sublinha que duas existências fenomenais, existindo num mesmo plano de ilusão, justamente porque estão no mesmo plano, são, uma para a outra, reais. É por este aspecto que a Vedanta consegue respeitar e albergar a diversidade de ideias e formas de estar no mundo, constituindo-se como um exemplo de respeito e sabedoria.
    Os Sistemas Menores – Vaisesica, Nyaya e Purva Mimansa
    Chegamos então aos sistemas Prakríticos, os quais exporemos bastante sucintamente. O primeiro deles, o sistema Vaisesica – filosofia da discriminação – foi fundado por Kanada e basicamente afirma a composição do universo fenomenal a partir de seis categorias ou Padhartas: substância, qualidade, acção, generalidade, individualidade atómica ou separatividade e coerência. O conhecimento da verdade dos seis Padarthas trará a libertação do Samsara ou roda dos renascimentos. Para esta escola, os átomos finais são coeternos com o Logos do sistema ou Iswara, sendo as formas visíveis nos mundos inferiores agregações desses átomos, realizadas pelo Senhor do Mundo (Iswara). Assim como pela agregação dos átomos se cria, pela sua disjunção se destróem as formas e os universos.
    O sistema Nyaya, fundado por Gotama, tem uma natureza particularmente analítica que não deve ser desdenhada. Esta escola expõe um sistema de lógica não só igualável mas superior àqueles que foram sendo apresentados no Ocidente, nomeadamente por Aristóteles e alguns filósofos medievais. A ideia não é o simples uso retórico e formal da lógica, como aconteceu na cultura que conhecemos, mas o ensino da arte de pensar correcta e verdadeiramente. Como princípios basilares, postula um Ishwara e a existência de inúmeras almas individuais. Fundando-se nestas premissas, o seu sistema lógico implica a aprendizagem das cinco partes do silogismo, das dezasseis categorias ou tópicos, dos quatro canais do saber e dos doze objectos do conhecimento. O domínio destes ensinamentos trará ao estudante a estruturação e correcção do pensamento, o que lhe abrirá as portas da verdade.
    Finalmente, fundada por Jaimni, temos a Escola Purva Mimansa, fundamentalmente ritualística e cerimonial, defendendo a observância ortodoxa das prescrições védicas. A sua profunda exigência é a prática do Karma Ioga no respeito pelo Dharma. Significa isto que a libertação se atinge pela realização de obras, pela acção, embora, paradoxalmente (ou não) só o bem realizado sem visar a recompensa se constitui como bem real, como caminho de salvação. Assim, cada um deve respeitar o Dharma, lei interior de virtude, dever próprio de cada ser, verdade íntima à qual precisa de ser fiel, de forma a ser uno consigo mesmo e nessa união interior encontrar todo o universo.
    Por detrás do Diverso, a Fulguração da Unidade
    Sintetizando convergências e divergências, podemos dizer, em primeiro lugar, que todas as Escolas enunciam como ponto de partida ou fonte da existência o Absoluto, embora apresentem diferentes explicações sobre o processo de desdobramento e a constituição do universo fenomenal; e, em segundo lugar, que apontam como essenciais diferentes aspectos do conhecimento, apesar de concordarem unanimemente que só este pode conduzir à libertação da ilusão samsárica.
    Mas, como reiteradamente afirmámos, todos os aspectos que parecerão, a um olhar superficial, constituir fontes de disputa e antagonismo, não são mais do que momentos diferentes de uma travessia complexa pelas várias dimensões da realidade. E é por isso que Annie Besant e Bhagavan Das, referindo-se à profunda união e complementaridade das seis escolas, assim descrevem o percurso do discípulo: “… Na Nyasa e Vaisesica aprende a usar os seus poderes intelectuais correctamente, a detectar falácias e a compreender a constituição material do universo. Na Sankia aprende o curso da evolução, e no Yoga, a acelerar o seu crescimento. Na Mimansa é treinado a usar o mundo invisível para o auxiliar no mundo visível, e nas 3 escolas da Vedanta aprende a subir do ideal dele mesmo separado de Brahman, ao pensamento de que é uma parte de Brahman que pode a ele unir-se, até finalmente reconhecer que é e sempre foi Brahman”. Tat tvam asi, Isso és Tu, é a Verdade final que o Peregrino tem de reconhecer no final do caminho, Verdade só atingível quando o Eu houver perscrutado e compreendido o mundo interno e externo. Aí, no limiar da lucidez, o Eu reconhecerá a sua inexistência e, no coração de Brahman que foi, é e será, poderá finalmente reconhecer a sua Vida, a sua Verdade, o início e termo do seu caminho.
    Filipa Falcão
    Notas:
    1 Para melhores esclarecimentos sobre a expressão, remetemos para o Glossário Teosófico de Helena Blavatsky.
    2 Em diversos artigos anteriores da Biosofia estes raciocínios foram sendo apresentados, e podem também ser encontrados em muitos dos livros nela frequentemente citados e recomendados.
    3 Uma confrontação com Da Natureza de Parménides será certamente elucidativa.
    4 Cuja necessidade lógica pode também ser corroborada na reflexão Platónica sobre este assunto, exposta no Fédon, e resumida no artigo O Dia da Morte de Sócrates da Biosofia nº 15.
    5 Iogue Ramacharaca, As Doutrinas Esotéricas das Filosofias e Religiões da Índia.
    6 Müller, Max, citado por Iogue Ramacharaca in As Doutrinas Esotéricas das Filosofias e Religiões da Índia.
    7 O leitor interessado poderá confrontar esta afirmação com as teorias de Berkeley, nomeadamente na sua obra Princípios do Conhecimento Humano. Não deixa de ser curioso, embora para muitos inevitável, que, levadas ao extremo das suas consequências lógicas, as premissas cristãs acabem por atingir exactamente o mesmo ponto que as suas congéneres hindus.
    biosofia.net/2005/03/21/brahmavidya/
    posted by iSygrun Woelundr @ 9:49 AM   0 comments
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